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26 de novembro de 2024

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ansiedade, há 13 anos que não chora, problema na pele, angustia, cansaço, insônia, falta de energia e etc.

Experiências de uma psicóloga nas sessões de acupuntura…

              Faço sessões de acupuntura desde a juventude para finalidades de tratamento e prevenção de saúde. Já cuidei de sintomas como dores nas costas, sobrepeso, cólicas menstruais. Venho obtendo bons resultados em decorrência dessa prática nas diversas ocasiões, porém penso que na experiência com o Centro Taoista houve um diferencial que pretendo salientar nesse breve relato. Minha procura nesse último período ocorreu por conta de manchas na pele, que foram se multiplicando pelos membros do corpo: braços e pernas. Precisei usar roupas de manga comprida mesmo no verão, além da sensação de coceira e vermelhidão diurnas e visíveis durante o exercício profissional, que me provocavam mal estar e constrangimento. Costumo ver minha imagem como uma pessoa calma, mesmo em situações de pressão social e afetiva e fiquei sem compreensão racional dessa manifestação corporal, que não foi diagnosticada como patológica pelo alergista ou pelo dermatologista consultados. Ambos os médicos atribuíram isso a um período de estresse e me recomendaram pomadas que não melhoraram os sintomas. Um breve histórico familiar, faz lembrar que minha mãe sempre foi uma freqüentadora dos consultórios de acupuntura desde minha infância, e foi cuidada inicialmente de seus sintomas de dores nas costas que a impossibilitavam de trabalhar na ocasião. Ultimamente ela se preparou com sessões de acupuntura para uma cirurgia inevitável aos 80 anos. Recuperou-se muito bem, está lúcida e animada para viver, mesmo com uma placa grande na coluna vertebral. Segue fazendo acupuntura e nos estimulando a fazer o mesmo. Com 53 anos estou entre as três gerações que se beneficiam com essa proposta de intervenção de saúde que já alcançou meus filhos.

Vou contar um pouco da minha própria experiência de modo muito pessoal e subjetivo, esperando que possa contribuir para clarificar e me aproximar da experiência de outras pessoas. No início a prática das agulhas, pareceu um tratamento invasivo e que poderia ferir ou lesar alguma parte interna do corpo. Ainda pode sangrar um pouquinho quando as agulhas são retiradas. Fui aprendendo que são medos e fantasias mentais primitivas e protetoras do corpo frente ao desconhecido, porém pouco realistas quando quem cuida de nós é um estudioso e especialista dessa prática. Várias sessões fazem o medo diminuir e o alívio dos sintomas somado a uma sensação de leveza e bem estar ajuda a suportar o ritmo do processo de circulação de energia que estava bloqueada. Não há sangramento e nem lesão ou prejuízo de funcionamento dos órgãos do corpo, quando somos cuidados por um profissional tecnicamente capacitado como ocorre no Centro Taoista., com o professor Tsai.

Quando minha energia está bloqueada, sinto sensação de que mesmo com boa alimentação e procurando dormir e descansar, o corpo parece estar parado no tempo e no espaço. A digestão é lenta, o pensamento é repetitivo, e a vida perde um pouco do seu encantamento e vitalidade. Juventude da alma parece velhice antecipada no corpo e na mente. Nessa condição é fácil perceber que a ansiedade presente na consciência e na agitação diária, sinaliza a tentativa de controlar a si mesma e as circunstâncias sem resultados. Há sofrimento pessoal e das pessoas que estão ao redor em um efeito cascata que atinge aos poucos a todos. É uma espiral de mal estar social em dimensões variadas.

Após algumas sessões no inicio de cada processo de acupuntura, passo por situações que parecem indicar aparentemente uma piora no estado geral do meu corpo. Tenho dores, choro, sinto sensações de calor e frio. Outras vezes quero dormir e em outras ainda posso trabalhar quatorze horas, quase sem me alimentar e não tenho fome. Muitas vezes é o ritmo intestinal que acelera. Dá certo trabalho desbloquear energias profundas e fazer tudo circular e se equilibrar. Fui aprendendo a ter paciência em um tempo de pós-modernidade, no qual o coelho da Alice no Pais das Maravilhas, me anunciava que eu estava sempre atrasada nos meus compromissos e com a agenda. Quando alcanço novamente meu equilíbrio não dou mais ouvidos ao coelho e não sigo mais seus passos apressados, mas continuo andando no meu ritmo que, obviamente, é mais lentos do que o dele.

Sou psicóloga e trabalho no consultório, dou aulas e supervisiono equipes de saúde. Estou acostumada a ouvir os conflitos e as dificuldades do viver contemporâneo: as exigências do trabalho, o custo de vida elevado, a desvalorização da criatividade, a competição desenfreada, a falta de cultivo da fé e da espiritualidade, enfim vários obstáculos que dificultam uma pessoa viver mais coerentemente consigo mesma e com a realização do seu ser. Escutar o choro e a dor de pessoas que estão longe de si mesmas é meu dia a dia. Tento ajudá-las e compreendo que a psicoterapia é um processo relevante, junto com uma nova formação de consciência e tomada de posição. A acupuntura é um tratamento relevante que soma-se nesse processo, uma necessidade para quem deseja viver com qualidade de vida e busca a longevidade.

A recuperação, a regeneração e a re-visão atingem na interação por meio desses processos na totalidade do meu ser, isso é integram as facetas: psíquica, física, social e espiritual. Volto a pensar, a ser espontânea, criativa, gostando de conviver e de amar. E os sintomas? Não quer dizer que desapareçam rapidamente como se eu tomasse um remédio ou um comprimido. Quer apenas dizer que eu aprendo a conviver com o caminho para que inicialmente minimizem e aos poucos desapareçam. Porém descobri que outros sintomas que eu nem sabia que existiam tornaram-se visíveis para a consciência e começam um processo rumo a saúde. Assim descobri que agora durmo melhor, falo menos e mais precisamente. Antes dormia por exaustão. Hoje durmo obedecendo a um ciclo do corpo que precisa descansar e se recuperar das atividades do cotidiano. Estou mais atenta para as outras pessoas, tenho mais paciência e coloco melhor os limites nas atividades e nas demandas alheias que não vou poder atender. Tenho menos culpa e menos medo de dizer não, mesmo tendo sido treinada pela cultura feminina a “segurar e suportar” os problemas. De modo simples diria que estou reaprendendo a viver e que a acupuntura é simultaneamente um caminho para a meditação. Posso afirmar sentir a vida em sua natureza, profundidade e expansão. Estou começando a encontrar o que não se procura visivelmente: o Tão e sentindo a chama da esperança e da fé aquecendo a totalidade do ser. A dor e o sofrimento vão ficando esmaecidos e somem no horizonte do vigor e do viver em paz como parte do imenso universo.

Ana Maria (pseudônimo)

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