Depois de contar o que eu sentia, surpreendentemente meu diagnóstico foi o de “ansiedade”. De fato, dois anos antes enfrentei uma forte crise de ansiedade, mas naquele momento não tinha associado a ansiedade com a insistente dor de cabeça. O Prof. Tsai chegou a me explicar que a dor de cabeça era somente uma exteriorização da espécie de “bagunça energética” que o meu constante estado ansioso e alerta estava causando.
Conversávamos durante a aplicação das agulhas e o Prof. Tsai enfatizava o imediatismo que a cultura brasileira possui, além da dificuldade de entender que a manutenção do “estar bem” é ainda mais difícil do que a cura de uma questão pontual de saúde. Uma vez sem os sintomas as pessoas deixam de fazerem o cuidado e a limpeza energética e não poucas vezes retornam depois com outros problemas. Acrescentei que as pessoas acabam acostumando a se sentirem mal e que quando se sentem bem podem se boicotar para ficarem mal de novo e “voltarem” àquele lugar ruim, porém, conhecido.
Senti um alívio na dor já na primeira sessão. Passei a receber o tratamento duas vezes por semana e quando tive uma significativa melhora (depois de cerca de dois meses de tratamento) o Tsai disse que eu estava pronta para começar as aulas Tai Chi.
Entretanto, fiz o que a maioria das pessoas (ocidentais) faz e parei de ir. Quase um ano depois…agora em Maio (2014) comecei a trabalhar em jornada dupla e um dia não consegui levantar da cama devido a um “travamento” da lombar. Depois de tomar uma medicação pesada e de obter uma pequena melhora na dor…voltei ao Prof. Tsai. Depois dele chamar minha atenção para o fato de eu ter feito exatamente o que conversamos anteriormente sobre o que os ocidentais faziam…qual não foi a minha surpresa novamente quando o diagnóstico foi, de novo, de “ansiedade”. Indaguei-o: “De novo? Mas agora com reflexos nas costas?” e ele me explicou que as dores aparecem onde o corpo está mais fraco naquele momento. Mais uma vez, já me senti bem desde a minha primeira sessão. Amanhã será a minha terceira e espero que, dessa vez, eu não abandone o barco do “se cuidar”, pois a vida saudável com o equilíbrio da própria energia é muito mais gratificante, feliz e divertida. Há a parte da disciplina, dos chás, da assiduidade às sessões, mas tudo isso compensa muito! Hoje, tenho 29 anos e se eu seguir esse caminho sei que me agradecerei muito quando estiver envelhecendo bem. (Lambram-se que o Centro Taoista é um cultivador da longevidade?)
Uma dica: quem for lá pela primeira vez não se assuste com a Tui-Na (as batidas), dói no início, mas faz parte do tratamento desenvolvido pelo Prof. Tsai para liberação de energia bloqueada do local. Depois com as agulhas…elas não são superficiais, mexendo mesmo com a energia e podem dar um certo receio: relaxe e permita que a cura aconteça. Por fim: o chá recomendado pode parecer um pouco caro do que o se compra em supermercados e talvez um exagero ter que tomá-lo tantas vezes ao dia, mas você verá que ele é realmente diferente do que você já tomou e que fará uma limpeza constante em seu corpo, ainda indicando quando você come algo que não lhe fez bem. Escute e respeite o que o seu corpo e o professor Tsai estão lhe dizendo!
Acho que por enquanto esse é o meu depoimento…o Prof. Tsai disse para eu ser totalmente sincera. Acho que consegui!
Muito obrigada!
21/05/2014 Muriel Soares