Eu conheci o Centro Taoísta e o Professor Tsai um ano atrás, quando eu sofria com muitas dores cervicais e enxaquecas. Sou bailarina e professora de pilates, e carregava comigo a ilusão de já ter conhecimentos suficientes sobre o corpo. Na época eu estava num projeto de dança bastante agressivo, e o Professor Tsai me alertou que no começo seria difícil, mas que eu precisava ser persistente para passar a fase inicial do tratamento e depois melhorar. A dor e o cansaço que eu sentia eram sinais do quanto a minha energia não estava bem. Mas eu não estava aberta para aprender, não conseguia entender o que era essa energia, e desisti.
Um ano depois, eu tive uma série de infecções urinárias. Foram três meses de antibióticos, até que se esgotaram as opções de remédios disponíveis no mercado, e meu corpo ainda não tinha reagido. Junto com as infecções, vieram crises de pânico muito difíceis. Eu tinha muito medo de ter alguma doença séria, e tudo isso estava me atrapalhando demais para viver normalmente. Até que um dia eu faltei ao trabalho e fui para casa da minha mãe, chorando, pedir ajuda. Ela (que já segue o caminho do Tao há algum tempo) me levou de volta ao Professor Tsai.
Na primeira sessão eu senti muita dor, chorei muito, e adormeci. Segui na acupuntura duas vezes por semana, e fui sentindo o progresso. Dessa vez eu estava muito mais disponível para o tratamento, e comecei enfim a melhorar. Há pouco tempo iniciei também a prática do Tai Chi e a meditação, e eu já posso sentir os benefícios mesmo nesses primeiros passos. Estou sem remédios, e não tive mais nenhuma crise de pânico. Consigo relaxar durante as sessões de acupuntura, sinto necessidade de praticar o Tai Chi – porque me traz bem estar – e não tenho mais as dores cervicais nem as enxaquecas que eu sentia um ano atrás.
Tem vezes que as sessões são um pouco mais doloridas, e outras menos. Isso faz parte do processo. Esse caminho faz muito mais sentido do que camuflar qualquer dor imediatamente com um remédio. É difícil se desprender dessa cultura imediatista em que somos criados, mas enfrentar a dor é um caminho para a cura. Esconder a dor, não.
Eu me sinto muito grata ao Professor Tsai, por estar me mostrando esse caminho. Sinto que a minha dança, meu trabalho, meu corpo, tudo irá se transformar e progredir muito agora que essa porta se abriu. Um ano atrás, quando eu desisti do tratamento, eu estava com a mente muito cheia de “verdades absolutas”, e para caber novas lições a gente precisa ter algum espaço vazio (e o coração aberto para receber).
Estou encontrando uma nova maneira de me relacionar com o corpo, em busca de um equilíbrio energético que nenhum livro de anatomia ocidental iria me apresentar, e me sinto muito feliz iniciando essa busca.
Muito muito muito obrigada, de coração.